“Saudações a todos. Nasce o Estandarte do Povo - movimento político e cultural - que tem o intuito de fazer reverberar a voz de qualquer um que se proponha a propagar conhecimentos livres e libertadores. A intenção é trazer a todos, importantes contribuições que têm se perdido no tempo. Venha conosco, leia e contribua para que o Estandarte possa de fato alcançar sua meta. Deixe o Estandarte do Povo passar!”

Ricardo Maciel, Robson Rocha e Wadson Xavier.

Contribuições pelo E-mail: estandartedopovo@hotmail.com

Deixa o estandarte do povo passar
eu quero ver esta gente cantar
cantando a plenos pulmões
a alegria dos corações
que ainda precisam
do samba pra chorar

Canta, minha gente canta
Deixa o estandarte passar
que o carnaval da gente
ele veio inaugurar

Eu vou cantar com empolgação
na avenida encontrei a redenção
Vou seguir os passos do poeta,
agora é a vez da nossa festa!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Liberdade e capitalismo? - Camila Azevedo Souza


Pensemos no princípio primordial do sistema capitalista: a liberdade, que supostamente possibilita ao “indivíduo” o direito de ir e vir. Contudo, como ter tal liberdade de ir e vir se não considerarmos as condições materiais dos sujeitos sócio-históricos?

Os sujeitos não fazem o que querem porque são livres, mas sim fazem o que suas condições materiais lhes possibilitam. Sendo que tais condições não podem ser concebidas como algo dado naturalmente; as condições resultam de um contexto social, histórico e cultural.

A exploração da classe trabalhadora deve ser compreendida no contexto de dominação entre classe dominante (a burguesia) e classe dominada (os trabalhadores) em seu movimento histórico.

Há pessoas que vivem em condições precárias sem a mínima dignidade enquanto há aqueles que desfrutam de uma vida repleta de luxos. Seria isso uma questão de azar ou sorte? Um castigo ou presente da natureza? Falta de empenho ou capacidade de esforço?

Se enxergarmos a realidade a partir destas dicotomias estaremos substituindo a igualdade de direitos sociais pela igualdade de oportunidades, tendo como preceito o mérito do indivíduo e daí a possibilidade de ascensão social. É nesse contexto que a sociedade passa a acreditar e difundir um ideal de meritocracia.

A assimilação e a difusão de preceitos, hábitos e comportamentos só são viáveis através de uma educação do consenso. É a partir deste esforço que a classe dominante, com o interesse de subordinar as classes subalternas aos modos de pensar, agir e sentir capitalistas, passa a atuar diretamente na educação.

Atualmente, verifica-se a hegemonia burguesa no campo educacional através dos empresários. O empresariado exerce sua influência tanto no âmbito estatal – reafirmando seus interesses em diversas esferas das políticas públicas (dentre elas a educação) – assim como na sociedade civil – colocando em prática os projetos educativos voltados a formar um novo tipo de homem, isto é, um cidadão-trabalhador com perfil flexível que ao invés de reivindicar direitos, atua na sociedade fazendo mudanças pontuais. Mudanças pontuais que não alteram a realidade a longo prazo e que enfraquece a luta de classe.

Caros leitores e colegas, fiquemos atentos aos interesses da classe dominante, em especial os empresários, ao atuar no campo educacional: formar uma consciência passiva para atenuar os conflitos.

É a busca de uma conquista de corações e mentes!

Seremos seres humanos capazes de refletir criticamente? Ou apenas marionetes nas mãos dos dominantes?

Somos não só sujeitos pensantes, como também sujeitos capazes de mudar e transformar a realidade. Afinal, o que seria da história se não fosse o movimento e a contradição?

Camila Azevedo Souza

3 comentários:

  1. Somos levados a crer em esforço e virtude para que contastes gritantes sejam justificados. Não podemos aceitar a alienação imposta pela ideologia que inverte nossa percepção. Não existe empresario preocupado com justiça social.

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  2. Fato! Hoje mesmo ouvi uma história sobre as empresas que tentam de todo modo fugir do pagamento de impostos. Para tanto, contratam contadores que ficam procurando brechas legais para que elas, as vezes até assumindo outros nomes jurídicos, possam economizar e maximar lucros. Se elas contratam um contador pra maximar os lucros ludibriando o todo poderoso Estado, imaginem o que elas não fazem com o trabalhador que não tem poder algum?

    Quem ainda acredita em Empresa com intuitos sociais ou com fins ambientais, ou é burro ou é empresário!

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  3. Seria inocente da nossa parte pensar que a meritocracia não existe, penso sim que ela até existe e funcione, porém as oportunidades materiais para aqueles "de mérito", estão condicionadas a assimilação do nosso sistema econômico e cultural atual.
    Darei um exemplo: O que levaria um grande laboratório a abaixar os preços de seus medicamentos de ponta favorecendo os mais necessitados? Logo em seguida perderia capital para desenvolver novos produtos, o que os outros laboratórios continuariam a fazer...
    O que levaria a uma grande empresa de tecnologia, lançar no mercado imediatamente o seu produto mais inovador a preço justo? Eles precisam vender primeiro um modelo já superado, para daqui a 6 meses lançarem outro no mercado... Assim funciona o sistema de mercado competitivo, reservar para lucrar sempre.

    A falta de ética é a linha condutora do capitalismo.

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