Vamos conhecer um pouco do tão esquecido Art. 224 da nossa Constituição da República Federativa do Brasil e tentar entender o porquê da grande mídia golpista lutar para que essa norma não seja aplicada no país.
Vejamos o que diz o texto constitucional de 1988:
Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo [Capítulo V, "Da Comunicação Social", do Título VIII "Da Ordem Social"], o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.
Fazendo uma interpretação literal podemos dizer que o legislador constituinte de 1988 inseriu os meios de comunicação (rádio/jornal/tv etc) como meios sociais e democraticos que deveriam ter uma participão dos cidadãos, e para isso seria necessário que o congresso implementasse um Conselho, que ficaria responsável por gerir de forma democrática a Comunicação - como as concessões de TV, que de forma geral se encontram nas mãos de grandes empresários e conhecidas famílias que dominam o cenário político - sem nenhum critério de justiça, lógica ou opnião pública.
A grande mídia, combate ferozmente a proposta de implementar e dar eficácia a Constituição Brasileira, que tanto dizem prezar. Sob o argumento que estariam-lhes cerciando a liberdade de imprensa. Ora, mentira maior não poderia ser. Este Conselho, que seria representado por todos os seguimentos da sociedade civil certamente atendem mais a liberdade do que grupos economicos privados com interesses escusos, como acontece atualmente.
Portanto, temos que privatizar o atual modelo de concessão, aplicado a televisão, para que seja vendido para quem estiver disposto a comprar e consumido por quem estiver disposto a consumir, como um simples produto, inteiramente privatizado, e não hiprocritamente concedido a grupos particulares sem qualquer interesse públco.
Ou então usamos de forma democrática, repensando o atual modelo, o que assistimos é realmente de interesse geral? É feito de forma social e democrática? A criação de um Conselho com participação popular efetiva responderia a esses questionamentos, não apenas eu, nem você. Todos nós!
Para mais informações sobre o tema acessem o site do Dep. Estadual
Carlin Moura, autor do projeto de lei (
PL 4968/2010) sobre a criação do conselho em âmbito estadual.
Existe, em âmbito federal, a
Lei nº 8389/1991, que institui o Conselho de Comunicação Social previsto no artigo 224 da Constituição, no entanto, quem se der o trabalho de lê-la, verá que
esta lei não traduz nem um pouco o espírito do legislador constituinte do capítulo "
Da Comunicação Social" da Constituição de 1988".
Nossa Lei Magna precisa ser efetivamente cumprida, isso é a verdadeira liberdade democrática, e nao censurar o povo de opniar sobre o que é público em favor de uma pequena parcela que torce por um tipo de mídia no Brasil que não informa, aliena.
Wadson Xavier
Bacharel em Direito
Inacreditável !!! Que vergonha !
ResponderExcluirEm nenhum momento o art.224 afirma que o Conselho "... ficaria responsável por GERIR de forma democrática a Comunicação...".
Este Conselho é para ser um órgão AUXILIAR do Congresso, sem funções executivas de gestão e de censura como você gostaria que fosse...
Olha, como a questão gerou discussão, resolvi me inteirar um pouco sobre o assunto e percebi que a opinião do Anônimo tem, de fato, plausibilidade, ainda que a opinião defendida por Wadson seja também uma interpretação possível da lei. Minha opinião é mais concordante, porém, com a opinião do Anônimo. Primeiro, porque não se fala de gerir e sim de auxiliar, o que é bem diferente. Por outro lado, não acho uma boa idéia essa privatização, porque é importante regular de alguma forma a comunicação social, ainda que seja para pelo menos determinar as regras fundamentais de atuação e divulgação da informação. Cumpre salientar que o artigo 223 (que é complementado pelo 224) chama a atenção para o fato de que o sistema público e o privado são complementares, o que significa que a mesma responsabilidade a qual está submetido o poder público, também deverá estar o poder privado, de forma que é indispensável esta regulação, ainda que ela deva ser mínima e produtiva.
ResponderExcluirOrgão Auxiliar que ajudaria a gerir sim e tomar decisões, porque do jeito que foi criado com a Lei nº 8389/1991, é apenas um fantoche sem função nenhuma e com representaçao de empresários e sindicalistas na maioria.
ResponderExcluirE já está sendo gerido ha muito tempo por particulares. Então privatiza o sistema, é isso que eu estou dizendo, como o Deputado disse, tire a Comunicação da Ordem Social e coloca na parte Economica!
O povo gerindo é melhor do que empresários com interesses particulares.
A palavra órgão auxiliar é porque auxilia em tomada de decisões pelo congresso que deveria gerir de maneira democratica e não entregando concessões para as famílias deles próprios, é so conferir as concessões estaduais e isso fica claro, gerencia não é censura, canal aberto é púbico, e infelizmente não é usado como tal. O que nós vemos todos os dias é decido por poucas pessoas. Nada contra, mas isso deveria acontecer em canais fechados. O modelo é tão deturpado e foi assimilado de tal forma, que leva a muitas pessoas defendê-lo com unhas e dentes pela liberdade de expressão. Piada!
ResponderExcluir"Um Conselho tem como finalidade principal servir de instrumento para garantir a participação popular, o controle social e a gestão democrática das políticas e dos serviços públicos, envolvendo o planejamento e o acompanhamento da execução destas políticas e serviços públicos. Atualmente, existem conselhos municipais, estaduais e nacionais, nas mais diversas áreas, seja na Educação, na Saúde, na Assistência Social, entre outros. Um Conselho de Comunicação Social é, assim como os demais Conselhos, um espaço para que a sociedade civil, em conjunto com o poder público, tenha o direito a participar ativamente na formulação de políticas públicas e a repensar os modelos que estão instituídos.
ResponderExcluirLonge de ser uma tentativa de censura ou de cerceamento à liberdade de imprensa, como tenta fazer crer a grande mídia (nada mais que uma dúzia de famílias) e seus prepostos, o Conselho é uma reivindicação histórica dos movimentos sociais, organizações da sociedade civil, jornalistas brasileiros e setores progressistas do empresariado que atuam pela democratização da comunicação no Brasil e não uma construção de partido político A ou B. E mais, falta com a verdade quem diz ser inconstitucional o Conselho de Comunicação, pois este está previsto na Constituição, no Artigo 224, que diz "Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei", com direito a criação de órgãos correlatos nos estados, a exemplo dos demais conselhos nacionais."
Fonte: http://www.carlinmoura.com.br/php/noticia_direto.php?id_noticia=588
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ResponderExcluirPortanto, não se trata de uma interpretação maldosa da lei, GERIR sim, através de orgão AUXILIAR!
ResponderExcluirO que acontece agora é sim uma VERGONHA!
Sim, entendo tudo o que você colocou e concordo com este monopólio, mas o que eu questiono é: será que privatizar mudará algo? Sem regulação alguma quem dominará este mercado não é o povo, mas sim esses mesmos empresários que possuem poder econômico e ganharão com facilidade a concorrência. Por isso a palavra "privatizar esteja errada", mas concordo com o modelo que você citou e acho mesmo que a sociedade civil precisa ter maior controle da comunicação, que deve ser tão somente sua voz. Talvez discorde no fundo apenas da palavra "privatizar", desde que privatizar esteja com a idéia de liberação total. Caso essa privatização seja controlada por uma agência, como todas as outras esferas, como você citou, então sou de acordo. Mas se for pura e simplesmente privatização, serão estes mesmos empresários que tomarão conta da comunicação mais uma vez. Quanto ao "auxiliar" ou "gerir", não é o mais importante. Mas sim a democratização da comunicação. O caminho proposto por Carlin Moura é interessante sim.
ResponderExcluirGostei deste modelo de escrita Wadson. Gerou discussão e foi muito instrutivo, você poderia continuar com este tipo de cobertura, seria valioso para o estandarte.
Valeu!
Justamente, eu disse privatizar como uma opção para acabar com a hipocrisia de que o setor de rádio/tv seja algo público e social. Também não concordo com essa visão, mas é o que de fato acontece. Foi uma forma de dizer, sejamos francos e deixamos as tv/rádio serem privadas e comerciais para todos, ou demos concessões de forma democrática e participativa.
ResponderExcluirO termo gerir foi visto como uma forma de censura pelo Anônimo lá de cima, mas a verdade é que temos um sistema de concessão pública gerido pela iniciativa privada, e o Congresso Nacional e Assemblêias Legislativas aprovando qualquer lei, regimentos e concessões em favor desse pequeno grupo.
Gostei muito da discussão também. Liberdade de expressão é isso.