No segundo turno das eleições...
Definitivamente a mídia resolveu mostra-se novamente. Nunca foi sonsa, mas esteve mais tranqüila por um tempo. Com a proximidade das eleições, no entanto, pareceu que queria acordar e provar que tem poder sobre os resultados das urnas. Agora no segundo turno confirmou todas as suspeitas. Os meios de comunicação tradicionais (TV, radio, jornais e revistas), representados por empresas como O Globo, editora Abril, jornais de São Paulo em geral e outros têm movido uma intensa campanha eleitoral por meio das noticias que exibem e da programação que promovem. Manchetes tendenciosas sempre desfavoráveis ao governo têm pipocado nas paginas e na tela. Parecem querer reviver suas glorias alienantes. Vamos nos lembrar de Collor de Melo e da cobertura que estes veículos deram à sua campanha e a forma como manipularam as informações, ou alguém se esqueceu da edição do debate promovido pela TV Globo. Vamos voltar ainda mais. Qualquer brasileiro que puder se desprender do imediatismo da vida e olhar um pouquinho para o passado saberá de que lado esses grupos estavam no nosso sangrento período de ditadura militar (hoje levantam a bandeira da democracia?!?!). Essas empresas visam unicamente seu próprio poder e o dos grupos que as sustentam (quem teve a oportunidade de ler obras como 1964 do uruguaio Dreifuss sabe das atividades do capital privado no período referido). A intenção aqui não é defender nenhum candidato apenas mostrar o grande paradoxo que há entre a forma como esses veículos dão as notícias e os valores que recorrentemente reclamam como imparcialidade, veracidade e democracia. Enquanto exibem suas noticias de forma nevoenta, consumindo pesquisas como loucos, os temas importantes, aquilo que é de fato relevante, permanece sem ser dito. Esses grupos que tanto clamam por bandeiras admiráveis como a liberdade de expressão, não estão sendo tão libertários nas informações que divulgam. Isso para não falar na qualidade deplorável da programação que engendram a trazem até o público. Esta difícil se informar sem se irritar, mas a história embora se assemelhe não se repete, esse nítido desespero é fruto de quem sente o poder de antes escorrer pelas mãos. Vamos ficar atentos.
Ricardo Maciel
Realmente, está difícil ler algo na mídia que favorece o interesse do povo. Não acredito em notícia política imparcial, o problema é que não se defende mais uma ideologia, um projeto para o país, o que existe são projetos de determinados grupos que usam a política em benefício próprio - o que não é exclusividade brasileira.
ResponderExcluirO grande problema é que a população cada vez mais alienada nao se dá conta disto, e assim as raposas cada vez mais audaciosas tomam todo o espaço público de todas as formas.
Um exemplo é o que aconteceu com o palhaço Tirica, mais votado em SP para dep. federal, querem combate-lo de qualquer maneira, até eu mesmo reluto em aceitar a situação, o fato é que sua candidatura foi devidamente autorizada e homologada, agora com 1,3 milhões de votos a coisa mudou de figura, não seria isso realmente democracia? Se o povo votou direito não vem mais ao caso, mas são votos legítimos, admitamos.
http://correiodobrasil.com.br/somos-todos-palhacos-tiririca/184551/
Sobre o Tiririca, sua eleição é legítima, por um lado, mas não o é por outro. Obviamente, se ele foi eleito democraticamente, nada mais legítimo do que isso. Contudo, por outro lado, a sua eleição representa um retocesso na medida em que ele não representa e nem pode representar, não por ser analfabeto, mas sim por não apresentar qualquer proposta além de ridicularizar e empobrecer a arena política. O que é importante notar é que, este poder da mídia e modo como ela o exerce se conjuga com esta alienação do povo, que não é culpa dele, já que os grupos que detém o poder de comunicação e o próprio Estado que oferece a Educação a cada cidadão não estão interessados que o próprio povo saia desta condição.
ResponderExcluirpor isso, a eleição do Tiririca é apenas uma consequência de uma condição que possui fundamentos mais profundos. o Tirirca é apenas o fruto deste idiotização crónica à qual o brasileiro está destinado por esses mesmos meios de comunicação, o que também jsutifica a programação de baixíssima qualidade.
Mas o problema também não está numa reforma da mídia. Nenhuma reforma é capaz de romper relações de poder tão consolidadas, que já se reproduzem há algum tempo. A ruptura é a única saída e o primeiro paso para esta ruptura é lutar por mais derrotas daqueles que hoje detém o poder, seja qual a forma que ele pode assumir. Por isso deveríamos ir às ruas e deixar a TV desligada em casa!